O que é Arquitetura Hostil? Conheça 17 Exemplos Impactantes

Arquitetura hostil é um conceito que define elementos urbanos criados para evitar o uso público de determinados espaços e segregar indivíduos, especialmente pessoas em situação de rua. Bancos com divisórias, pedras colocadas sob viadutos e estacas de ferro na fachada de estabelecimentos são alguns exemplos.

O termo se popularizou em meados de 2014 após uma publicação no jornal britânico The Guardian.

Mas a arquitetura hostil, ou como também é conhecida, arquitetura anti-mendigo, começou a ganhar força nas grandes cidades a partir da década de 90.

Ela nasceu a partir de uma visão subentendida de que apenas somos cidadãos quando estamos trabalhando ou consumido algo. Por exemplo, ficar sentado em um shopping é uma atividade fácil e tranquila, enquanto encontrar assentos confortáveis na rua é bem difícil.

Quer saber mais sobre o assunto? No post de hoje, vamos explicar com detalhes o que é arquitetura hostil. Acompanhe!

O que é arquitetura hostil?

Arquitetura hostil é um conceito que define elementos urbanos criados para evitar o uso público de determinados espaços e segregar indivíduos, especialmente pessoas em situação de rua. Bancos com divisórias, pedras colocadas sob viadutos e estacas de ferro na fachada de estabelecimentos são alguns exemplos.

O que é arquitetura hostil: pinos colocados em peitoris de lojas e bancos (foto: outras palavras)

1. O que é arquitetura hostil: pinos colocados em peitoris de lojas e bancos (foto: Outras Palavras)

Trata-se de um problema que, além de discriminar pessoas em situação de rua, também impede que as cidades sejam ocupadas de forma plena. Com a arquitetura hostil, o acesso da população a atividades simples, como sentar em um banquinho confortável na praça, são prejudicadas.

Até os pássaros sofrem com a arquitetura hostil, já que o aumento de grades e objetos pontiagudos em superfícies urbanas impede que eles pousem.

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Arquitetura hostil: exemplos

A arquitetura hostil se manifesta de várias formas nas cidades, seja no mobiliário urbano, na fachada de estabelecimentos, em prédios, embaixo de viadutos, entre outros locais. Veja alguns exemplos:

  • cercas elétricas
  • arames farpados
  • grades no perímetro de praças e gramados
  • bancos públicos com larguras inferiores ao recomendado pelas normas de ergonomia
  • bancos curvados
  • bancos com formas geométricas irregulares
  • lanças em muretas
  • guarda-corpos
  • traves metálicas em portas de comércios
  • pedras em áreas livres
  • gotejamento de águas em intervalos estabelecidos sob marquises
Arquitetura hostil: pedras sob viaduto (foto: Hometeka)

2. Arquitetura hostil: pedras sob viaduto (foto: Hometeka)

Arquitetura hostil: grades em frente à loja (foto: Pinterest)

3. Arquitetura hostil: grades pontiagudas em frente à loja (foto: Pinterest)

Arquitetura hostil: bolas de metal instaladas em frente à loja (foto: Mistérios do Mundo)

4. Arquitetura hostil: bolas de metal instaladas em frente à loja (foto: Mistérios do Mundo)

Arquitetura hostil: banco de metal com divisórias (foto: Mistérios do Mundo)

5. Arquitetura hostil: banco de metal com divisórias (foto: Mistérios do Mundo)

Arquitetura hostil: banco de madeira aberto no meio (foto: Pinterest)

6. Arquitetura hostil: banco de madeira aberto no meio (foto: Pinterest)

Arquitetura hostil: banco de concreto com divisórias de metal (foto: Atlas Obscura)

7. Arquitetura hostil: banco de concreto com divisórias de metal (foto: Atlas Obscura)

Arquitetura hostil: banco com ondulações (foto: The Guardian)

8. Arquitetura hostil: banco com ondulações (foto: The Guardian)

Arquitetura hostil: banco com formato cilíndrico não permite deitar (foto: Pinterest)

9. Arquitetura hostil: banco com formato cilíndrico não permite deitar (foto: Pinterest)

Arquitetura hostil: banco com divisões e espetos de ferro (foto: Pinterest)

10. Arquitetura hostil: banco com divisões e espetos de ferro (foto: Pinterest)

Arquitetura hostil: banco com divisão no meio (foto: projeto colabora)

11. Arquitetura hostil: banco com divisão no meio (foto: projeto colabora)

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Confira em nosso canal mais exemplos e informações sobre a arquitetura hostil

Como é a arquitetura hostil no Brasil?

Grandes cidades brasileiras enfrentam o problema do aumento da arquitetura hostil. O caso mais recente aconteceu em São Paulo, quando pedras foram instaladas pela prefeitura embaixo de um viaduto na zona leste da cidade.

Depois de grande repercussão negativa, elas foram retiradas. Mas esse é só um exemplo do quem vem acontecendo há muitos anos.

Arquitetura hostil no Brasil: pedra sob viaduto em São Paulo foram retiradas (foto: UOL)

12. Arquitetura hostil no Brasil: pedras sob viaduto em São Paulo foram retiradas (foto: UOL)

Em 1994, uma matéria publicada na Folha de S. Paulo com o título “Cidade cria arquitetura antimendigo” já mostrava alguns exemplos de arquitetura hostil presentes na cidade de São Paulo, como prédios sem marquises, óleo queimado na entrada das lojas e chuveiros que molham o chão à noite.

Nos anos seguintes, várias ações de prefeituras e estabelecimentos privados continuaram contribuindo para o aumento da arquitetura hostil.

Veja mais alguns exemplos:

Arquitetura hostil no Brasil: pedras sob viaduto no Rio de Janeiro (foto: O Globo)

13. Arquitetura hostil no Brasil: pedras sob viaduto no Rio de Janeiro (foto: O Globo)

Arquitetura hostil no Brasil: pedras instaladas sobre viaduto do DF (foto: Metrópoles)

14. Arquitetura hostil no Brasil: pedras instaladas sobre viaduto do DF (foto: Metrópoles)

Arquitetura hostil no Brasil: condomínio do Edifício Roxy, em Copacabana, instalou um 'chuveirinho' debaixo da marquise do prédio em 2017 (foto: Domingos Peixoto)

15. Arquitetura hostil no Brasil: condomínio do Edifício Roxy, em Copacabana, instalou um ‘chuveirinho’ debaixo da marquise do prédio em 2017 (foto: Domingos Peixoto)

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Qual o problema da arquitetura hostil?

Pessoas em situação de rua são a parcela da população mais impactada pela arquitetura hostil.

De acordo com levantamento recente realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), quase 222 mil brasileiros encontram-se nessa situação.

Só na cidade de São Paulo são 24.344 pessoas, segundo o Censo 2019. Trata-se de um aumento de 53% de acordo com o último levantamento realizado em 2015.

Arquitetura hostil: morador de rua (foto: ArchDaily)

16. Arquitetura hostil: morador de rua (foto: ArchDaily)

A arquitetura hostil faz com que pessoas em situação de rua precisem se deslocar cada vez mais para encontrar lugares para dormir.

Claramente, impedir a presença deles não acaba com o problema, e sim traz um “embelezamento” para determinadas regiões.

Outra consequência da arquitetura hostil é que os moradores da cidade acabam privilegiando o lazer em locais fechados como shoppings.

Atividades ao ar livre com andar de bicicleta, skate ou simplesmente o ato de sentar na rua para conversar com alguém são prejudicadas pela arquitetura hostil.

Além disso, a arquitetura hostil torna o espaço urbano feio e agressivo, descaracterizando as grandes cidades.

Arquitetura hostil: barras de ferro fixadas no canto impede que as pessoas encostem (foto: Interesting Engineering)

17. Arquitetura hostil: barras de ferro fixadas no canto impede que as pessoas encostem (foto: Interesting Engineering)

A arquitetura hostil é uma forma cruel de excluir pessoas em situação de rua e torna as cidades menos acolhedoras e habitáveis. Qual a sua opinião sobre o assunto? Compartilhe com a gente nos comentários!

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