Como Aliar Psicologia Ambiental, Design e Arquitetura?

Conceito criado na década de 1960, a psicologia ambiental estuda o comportamento humano em interação com o espaço. Nesse contexto, muda a definição de meio ambiente, passando a representar qualquer espaço ocupado pelo homem, como as ruas, os escritórios, as escolas ou a própria casa.

Enquanto ramo da psicologia é pautado nas seguintes cinco diretrizes: o meio ambiente é modificável; é preciso considerar os contextos do cotidiano; o meio e o sujeito são uma unidade; tanto o homem atua no meio quanto o meio atua no homem; o conceito deve se aliar a outras ciências. Mas como a arquitetura colabora para a melhora da relação entre indivíduo e os espaços físicos?

Descubra como aliar psicologia ambiental, design e arquitetura

1. Descubra como aliar psicologia ambiental, design e arquitetura. Fonte: Unsplash

Veja também: O Que é Design Biofílico? Entenda os Benefícios de Usá-lo no Projeto

Sobre as sensações produzidas pelo espaço físico

O homem passa boa parte da vida dentro de espaços fechados, pensados ou adaptados para melhor atender às suas necessidades práticas. No entanto, pouco se considera que esses espaços são capazes de produzir sensações.

Seja através da disposição da luz, das texturas nas paredes e móveis ou pelo tamanho do cômodo comparado aos seus ocupantes: a maneira como nos relacionamos com esses espaços produz sensações.

Logo, a psicologia ambiental pode ser uma parceira fundamental para o sucesso de um projeto arquitetônico, gerando, para além da praticidade, reações positivas e maior qualidade de vida.

A maneira como nos relacionamos com esses espaços produz sensações únicas

2. A maneira como nos relacionamos com esses espaços produz sensações únicas. Fonte: Unsplash

Da influência sobre os espaços interiores

Historicamente, a funcionalidade espacial fixou-se como o mais importante aspecto arquitetônico, tendo como objetivo a maximização da produção, a produção desenfreada. O maior exemplo dessa superprodução é a verticalização dos espaços urbanos, ou seja, o aparecimento massificado dos edifícios em detrimento das residências térreas e dos espaços verdes. 

Visto que os espaços interiores são, usualmente, os mais ocupados pelos indivíduos, o elemento do design passa a desempenhar um importante papel na psicologia humana. Entre os aspectos fundamentais para o design de interiores, considerando o conceito de psicologia ambiental, destacam-se: sociabilidade, segurança, acessibilidade e estímulos sensoriais.

Há, porém, outros conceitos de grande importância para o sucesso do projeto, como equilíbrio, simetria, proporção e ritmo, que incentivam as sensações de harmonia, organização e tranquilidade. Além disso, o conceito de psicologia das cores argumenta que o comportamento humano pode ser determinado pelo contato com diferentes tonalidades, que são orientadas a partir de hábitos sociais.

Veja também: Neuroarquitetura: O Que é e Como Ela Interfere na Criação dos Ambientes

Para o sucesso do projeto é preciso entender como aliar psicologia ambiental, design e arquitetura.

3. Para o sucesso do projeto é preciso entender como aliar psicologia ambiental, design e arquitetura. Fonte: Unsplash

Vejamos algumas cores e seus significados: o preto está associado à elegância e ao mistério; marrom traz conforto e estabilidade; vermelho é energia e movimento; roxo é sinônimo de espiritualidade e nobreza; laranja remete à vibração e ao otimismo.

Há, ainda, o aspecto da iluminação, que pode entregar um ambiente mais introspectivo, com uma luz suave, ou um espaço mais animado, com maior intensidade de luz. Já a iluminação natural é um incentivo para a produtividade e a disposição.

Da influência sobre os espaços públicos

Não é mero acaso que os ambientes ao ar livre, como os parques e as praças, sejam os grandes campeões de procura entre aqueles que desejam aliar lazer e tranquilidade. 

Também não surpreende que os ambientes mais estressantes sejam os mais apertados, que não oferecem conforto algum aos seus ocupantes, como os vagões de transporte público ou as grandes filas nas agências bancárias.

Considerando o impacto das estruturas no comportamento dos indivíduos que os ocupam, se faz necessário pensar em ambientes públicos mais agradáveis, de modo que momentos tranquilos aconteçam rotineiramente, para além do final de semana no parque.

Sobre os projetos de ruas completas

As ruas completas podem ser definidas como espaços projetados de forma democrática, desenhadas de modo a abrigar tanto o transporte em suas diferentes possibilidades, os coletivos e os individuais, quanto para dar aos pedestres um espaço seguro e agradável.

Ou seja, uma rua completa seria capaz de abrigar transportes coletivos, bicicletas e pessoas a pé, confortavelmente. Dessa maneira, as ruas seriam ocupadas em sua totalidade, como um espaço de permanência e não apenas de passagem, respondendo às necessidades de cada região.

Outra sugestão desse conceito é que o uso do solo seja diversificado, dividindo-se entre residências e estabelecimentos comerciais. Além disso, a comunidade deve ser envolvida no processo, por ser o agente que mais conhece as necessidades diárias.

O projeto rua completa permite abrigar transportes coletivos, bicicletas e pessoas a pé

4. O projeto rua completa permite abrigar transportes coletivos, bicicletas e pessoas a pé. Fonte: Unsplash

Finalmente, é importante que o projeto das ruas completas seja executado de maneira dinâmica, em conexão com outras ruas completas, em diferentes locais da região.

Agora que você já sabe tudo sobre o conceito de psicologia ambiental, comece a pensar em seus espaços internos de maneira mais humanizada, considerando todo o tempo que você passa dentro deles.

Texto produzido pelo parceiro Portal Ei Imóvel.

Comentários

Não há comentários em "Como Aliar Psicologia Ambiental, Design e Arquitetura?"